segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Março de '84


Difunde-se profundo,
Segue seguro,
Este nevoeiro dos tempos.
Cinzento sem vento,
Frio no momento,
Perpétuo movimento.

Explode e implode,
O turbilhão de fumo,
Numa passa sem graça.
No trovão sem rumo,
Cai na desgraça,
De um cinzento eterno.

Deste Março nascido,
De primaveras movido,
Me espanto, sem encanto.
Saí para um cigarro,
Queimar o tempo
A que me agarro.

Se o tempo me foge,
E os trovões me perseguem,
Deixo que o fumo me aloje,
Que os fogos me alberguem.
Este fogo inglês é meu,
E velho como eu.
______________________________________
Finalmente, as imagens falam de si.

6 comentários:

Susana disse...

Uma parceria engraçada. A foto de apresentação é linda... Bem, hj as palavras andam um bocado fugidias aqui nos meus lados. Mas gostei :)

ana disse...

gosto*

Ana Jones disse...

"Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol"

António Ramos Rosa

achei que tinha a ver com esta imagem...

Unknown disse...

O trabalho em conjunto está a funcionar mto bem.
Boa escolha
Parabens

Cláudia d' Almeida disse...

Mais uma grande imagem, uma das melhores. Gostei!Parabéns ao Max*E qto a ti, ainda me has-de explicar estes teus "devaneios" tão frios, intensos e misteriosos!=)

Anónimo disse...

Axo k a Cláudia já disse td. =)