quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Natureza morta



Corre-te o sangue
E gelam veias
No ser estanque,
Pelas teias
Do querer
E não querer.

Verga o medo,
Verga cedo
E volta á vida.
Deixa a dor
Para depois,
Deixa o terror
Para depois.

Ceifa a vida,
Seiva ida
De repente.

Salva o momento,
Evidente
Que invento,
Previdente,
Sabendo
Que o sangue é meu.
Quebra o gelo,
Contundente,
Que me aquece,
Desesperadamente,
Morrendo
Na terra de que nascemos,
Tu e eu.

Respira,
Pesadamente,
E suspira,
Definitivamente.